Como a menina aqui anda ainda á pala dos transportes porque ainda não tem a carta a CP e a Scotturb são o meu meio de transporte.
Ora eu que trabalho a recibos verdes e dou graças a Deus sequer ter trabalho, e apesar de hoje não ter que dar aulas tenho que planear aulas, explicações, uma viagem em trabalho para Londres para a semana e como tal tenho que deixar tudo preparado.
Estava eu já a entrar em pânico a achar que hoje estava lixada(desculpem o termo) e que não ia conseguir fazer metade das coisas que tenho para fazer quando descobri que ninguém na scotturb the Cascais não fez greve. E eu sou uma mulher semi-feliz, sim porque não se pode ter tudo.
Eu entendo que estejam a lutar pelos seus direitos, não entendo é em como esta greve geral ajuda em alguma coisa.
Mas talvez seja eu a burrinha da política.
De qualquer maneira gosto dos senhores motoristas da scotturb que estão a produzir e ajudar os outros a produzir principalmente aqueles que não tem escolha.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
E PASSEI
Está carta de condução anda a ser um mega stress na minha vida e por vezes serve também como atestado de burrice(pelo menos é assim que me faz sentir).
Mas hoje,HOJE, meus amigos eu passei no Exame de Código e estou TÃOOOO mas TÃOOOO feliz que não passa pela cabeça de ninguém.
Mais uma meta na minha vida :)
E venha agora a condução!
Mas hoje,HOJE, meus amigos eu passei no Exame de Código e estou TÃOOOO mas TÃOOOO feliz que não passa pela cabeça de ninguém.
Mais uma meta na minha vida :)
E venha agora a condução!
sábado, 19 de novembro de 2011
Hoje
Hoje dei por mim a pensar nas coisas que eu achava que me iriam fazer feliz há uns anos atrás.
E estive um bom tempo a pensar nelas e a rir-me com os meus botões.
Tudo isto estava-se a passar pela minha mente enquanto dobrava meias e roupa interior que não é a minha.
E me apercebi que estava realmente feliz, sentada naquele sofá a fazer coisas tão mundanas como dobrar meias e roupa interior que não é a minha.
Hoje foi um bom dia, um dia feliz, até porque o strogonoff do almoço e os cupcakes de aniversário do love sairam bem e fui elogiada e ser elogiada sabe sempre bem :D
Nem a chuva e o temporal lá fora me tiram este calorzinho da alma e do coração.
Aproveitem.
E estive um bom tempo a pensar nelas e a rir-me com os meus botões.
Tudo isto estava-se a passar pela minha mente enquanto dobrava meias e roupa interior que não é a minha.
E me apercebi que estava realmente feliz, sentada naquele sofá a fazer coisas tão mundanas como dobrar meias e roupa interior que não é a minha.
Hoje foi um bom dia, um dia feliz, até porque o strogonoff do almoço e os cupcakes de aniversário do love sairam bem e fui elogiada e ser elogiada sabe sempre bem :D
Nem a chuva e o temporal lá fora me tiram este calorzinho da alma e do coração.
Aproveitem.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
A Voz
(All Rights Reserved to The Red Thread Movement)
Somos responsáveis por aquilo que sabemos!
“ O meu nome e Amisha.
Quando tinha 12 anos vivia numa pequena vila com a minha família. Estudei até ao sexto ano mas a minha família não tinha dinheiro para que eu pudesse completar os meus estudos. Ajudava os meus pais com o trabalho, eles estavam felizes comigo mas eu não estava feliz porque continuávamos sem dinheiro.
Até que um dia um estranho veio até a nossa vila e pediu-me em casamento, eu estava com medo e disse que não, mas ele não desistiu. Os meus pais obrigaram-me a casar com ele, ele tinha 26 anos. Ele pediu-me para ir com ele para a Índia e prometeu-me que seriamos muito felizes lá. Quando chegámos á fronteira o meu “marido” vendeu-me a outro traficante. Esse traficante levou-me a pé até á Índia.
Acabei em Bombay aonde fui vendida a um homem que me mantinha em sua casa. Durante três dias não comi nada e esse homem trazia os seus amigos até mim para que abusassem de mim.
Esse traficante vendeu-me a um dono de um bordel que me disse que eu tinha que lhe pagar um dívida de $700 tendo relações sexuais com qualquer homem que ele me trouxesse.
Eu respondi-lhe que não e ele e os seus amigos violaram-me uns a seguir aos outros.
Puseram-me num quarto com outras 70 meninas Nepalesas. Dormíamos em pequenos colchões todos sujos e as nossas camas estavam separadas por lençóis. Eles mandavam á volta de 20-25 homens por dia para abusarem de nós.
Primeiro rejeitava os clientes mas de cada vez que o fazia batiam-me até sangrar ou até partirem-me as costelas.
Davam-me drogas para me manter sedada. Estive lá durante 4 anos. Até que me venderam a outro dono de um bordel que me disse que eu tinha que pagar uma dívida, eu nunca vi nenhum desse dinheiro. Estive grávida duas vezes e das duas vezes eles obrigaram-me a abortar.
Aos 19 anos descobriram que eu tinha HIV e fui deixada nas ruas, prostitui-me para tentar arranjar algum dinheiro para poder voltar para casa, após apenas dois meses voltaram a apanhar-me e voltaram a vender-me.”
Amisha é uma menina de verdade, mas esta não é a sua verdadeira história. Ela foi resgatada na fronteira pelo staff da KIN e ficou alojada numa casa de apoio antes de voltar para casa. Mas para tantas outras meninas que não são resgatadas a primeira história é a sua realidade. Estas meninas mesmo depois de serem resgatadas, muitas vezes têm tanto medo e tanta vergonha de contar as suas histórias. Aqueles que são escravizados mantêm o silêncio para que possam sobreviver. Para cada menina que conta a sua história existem milhares que irão manter o silêncio.
Você pode ser a voz destas meninas. Partilhe a sua história.
( Traduzido do panfleto The Red Thread Movement)
Conheci o The Red Thread Movement no lançamento de CD de uma banda de uns amigos. Estavam a vender as pulseiras á porta e como quem estava a vende-las era uma das minhas amigas comprei uma e comecei a fazer perguntas.
O The Red Thread Movement é uma organização fundada por três estudantes universitárias americanas que divulga informação sobre o tráfico humano e a prostituição de mulheres e meninas neste caso do Nepal. Mas este não é um problema que aflige só o Nepal, é um problema a nível mundial e do qual se fala pouco comparando-o com o tráfico de armas ou de drogas.
Estes são alguns factos que aparecem em imensas publicações e no panfleto em questão. Vamos lê-lo mantendo em mente de que somos responsáveis por aquilo que sabemos.
· Existe um maior número de pessoas escravizadas em pleno século XXI do que no topo da era do comercio de escravos.
· Adultos e crianças em trabalho forçado e prostituição á volta do mundo: 12.3 milhões ( Relatório de pessoas Traficadas, 2010)
· A seguir ás drogas, o tráfico humano, é o segundo maior negocio criminoso. ( Departamento de Estado do E.U.A)
· O mercado global do tráfico de crianças lucra para mais de 12 bilhões de dólares, e mais de 2 milhões de vitimas são crianças (UNICEF)
· Existem mais de 300,000 crianças em risco por ano para serem exploradas na industria do sexo. (Departamento de Justiça dos E.U.A)
· A idade média de entrada na industria do sexo é de 12 anos. (Departamento de Justiça do E.U.A)
· Foi estimado que 100,000 menores são envolvidos na industria do sexo nos Estados Unidos da América (Projecto Polaris)
· Aproximadamente 80% da vitimas de tráfico humano são mulheres e meninas...50% destas são menores. ( Departamento de Estado do E.U.A)
· Um número estimado de 30-40,00 mulheres e meninas são traficadas do Nepal para a Índia todos os anos ( embora a maior parte dos documentos diga que o número é de 12,000 outras ONG’s Nepalesas incluindo a KIN, estimam que o numero seja maior baseado no número de situações de trafico humano com as quais têm lidado nas unidades das fronteiras diariamente)
· Num único Distrito Vermelho em Mumbai existem aproximadamente 20,000 meninas Nepalesas em prostituição forçada (KIN)
· Aos 16 anos aproximadamente 60% das meninas Nepalesas nestes bordeis em Mumbai terão contraído HIV. (KIN)
Estes números são assustadores.
Neste caso especifico o Red Thread Movement foca-se nas meninas do Nepal, mas ao nosso lado , bem á frente dos nossos narizes pode estar a acontecer.
Como já havia mencionado isto é uma situação global.
Estamos todos vulneráveis mas mais ainda sendo mulheres.
A pobreza, a guerra, desastres naturais, ser órfã, viver na rua, as leis de emigração de cada pais ( ás vezes por não poderem mover-se legalmente num determinado pais e ter que viver ás escondidas há uma susceptibilidade maior para este tipo de crime), pessoas que se aproximam de nós com interesse romântico, e não esqueçamos a procura (só se pode vender aquilo que querem comprar), o dinheiro (traficantes são motivado por dinheiro. Quantas vezes se pode vender uma bala ilegal?? Mas quantas vezes se pode vender uma menina de 13 anos? As pessoas podem ser vendidas inúmeras vezes o que faz com que o tráfico humano seja bastante lucrativo).
Para que este problema seja ainda mais real aqui estão alguns factos sobre o tráfico humano na U.E.
A Bulgária é uma fonte de tráfico humano e também um país de transito( países por onde as vitimas passam antes de chegarem ao seu destino final). As vitimas são traficadas a partir do Médio Oriente, Ucrânia, Moldávia e Roménia passando através da Bulgária para a Alemanha, Bélgica, França, Itália, Espanha, Áustria, Noruega, Republica Checa, Polónia, Grécia, Turquia e Bulgária. ( Fonte: http://news.xinhuanet.com/english/2010-01/11/content_12791369.htm )
A França é o país de destino para mulheres e meninas traficadas para exploração sexual da Roménia, Bulgária, Albânia, Nigéria, Serra Leoa, Camarões, Malásia e outros países da Ásia. (Fonte: http://gvnet.com/humantrafficking/France-2.htm )
Mesmo depois de verem está informação podem estar a pensar “Mas o que é que posso fazer?” “ De certeza que não há muito que EU possa fazer.”
Aí é onde se enganam, HÁ muito que pode ser feito que não é feito pela policia, ou pelo os serviços de emigração.
Nós podemos dar voz a estas meninas, a estas mulheres, a estas pessoas.
Contar a sua história partilhar estes factos, aderir a diferentes campanhas.
Espanha e Portugal (sim o nosso Portugal) são países de transito. Enquanto eu escrevo estas palavras muitas mulheres estão no nosso pias clandestinamente á espera para serem traficadas para o pais de destino.
Organizações como o The Red Thread Movement e o Stop The Traffik dão toda a informação necessária.
Espalhar a palavra e ter pessoas em locais como fronteiras e alfandegas preparadas para ver os sinais de perigo é importante.
Informar a nossa comunidades, as nossas crianças, os nossos adolescentes para este potencial perigo é importante. (Imaginem se alguém tivesse falado a estas meninas e a estas mulheres?)
Eu uso a pulseira vermelha do The Red Thread Movement, e sim é só uma pulseira mas quando eu olho para a minha pulseira e SEI que foi uma menina Nepalesa resgatada do tráfico humano que a fez numa das casas de apoio no Nepal a minha pulseira deixa de ser SÓ uma pulseira e passa a ser uma lembrança de que Eu Posso Ser A Voz Dessas Meninas. Eu posso contar a sua história e ao contar a sua história eu posso salvar uma vida.
Por cada pulseira vendida (custam 2 euros) os fundos revertem integralmente para a construção de casas de apoio e abrigo para estas meninas do Nepal.
A maior parte dos traficantes não é condenado porque estas meninas tem medo, tem vergonha, estão traumatizadas e só querem esquecer os horrores por que passaram. Torna-se então o minha responsabilidade porque sei das suas historias não deixá-los sair impunes.
Somos responsáveis por aquilo que sabemos... a minha pulseira vermelha é uma lembrança disso.
(Toda a informação neste post foi tirada do panfleto do The Red Thread Movement e do site do Stop Traffik)
Agora que já sabem vão continuar em silêncio?
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
“You can live your whole life not realizing that what you're looking for is right in front of you.” ― David Nicholls, One Day
E é este pensamento que me enche de medo. Aquele medo que nos faz suar frio.
É nisto que eu fico acordada a pensar ás 3 da manhã.
E porquê perguntam vocês?
Porque sou parva que doí...
Exactamente isso.
É nisto que eu fico acordada a pensar ás 3 da manhã.
E porquê perguntam vocês?
Porque sou parva que doí...
Exactamente isso.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
O Tempo
Lembro-me uns treze ou catorze anos e de a minha mãe me dizer para “Não apressar o tempo”. Acho que essa frase surgiu porque eu com essa idade passava a vida a sonhar com os meus 18, ser adulta, ir para a faculdade, viver sozinha, ter carta. Sonhava então com a minha independência.
O problema da independência é que nós só vemos a parte boa, não existe razão nenhuma para ver que vamos estar sozinhos, com contas para pagar, num trabalho que não gostamos a tentar não nos afundar. Essa parte ninguém nos dá a conhecer.
Eu conquistei a minha independência aos 17 anos a minha mãe faleceu(faleceu odeio essa palavra, morreu pronto) quando eu tinha 16 anos e o meu pai voltou para a sua terra natal e o meu irmão mais novo foi estudar para fora. Pois é ninguém nos avisa.
Quando recebi o meu primeiro salário e embora estivesse habituada a gerir uma casa nunca tinha tido tanto dinheiro só para mim. Depois de pagar a renda de um quartinho manhoso em Lisboa resolvi que havia de ser feliz, e fui durante duas semanas, até que o dinheiro acabou e andei o resto do mês a nestum e pão e já foi com muita sorte. Aprendi.
Mas ao 17 ainda era uma miúda, que se achava, mas uma miúda. Não que agora com 25 anos me ache muito velha, não acho, embora já não tenha vontade nenhuma de fazer o que fiz dos 17 aos 21 anos. Já me sabe bem estar sozinha em casa, já me sabe bem o livro e o chá em vez do vodka e do gin, sabe-me bem o silêncio em vez das batidas da noite. Não estou velha estou sensata :P
Aos 17 anos tinha a certeza que tinha todo o tempo do mundo para fazer aquilo que me apetecesse. Não foi por achar isso que não me empenhei, mas se calhar o esforço não foi tanto como o que estou a despender agora.
Entrei em enfermagem este ano, um sonho antigo do qual eu já havia desistido. Já tinha tentado de tudo, aqui e no estrangeiro mas por uma ou outra razão não conseguia nada ou não havia dinheiro, ou logo eu me punha a pensar no “Como vou eu fazer isto?”. No dia que desliguei o telefonema com a faculdade, no qual eles me disseram que podia me inscrever para o primeiro ano sem problema nenhum chorei. Chorei de alegria e de tanta frustração acumulada por tanta, tanta coisa.
Eu sei que a minha pessoa de 25 anos dá muito mais valor a esta conquista, se vai esforçar mais, e está disposta a fazer sacrifícios que a minha pessoa de 17 anos nem sequer sonhava possível.
“Não apresses o tempo.”
Não apressei, acabei até por atrasar, outras prioridades fizeram a sua casa no meu coração e agora a minha pessoa de 25 anos vai ter que as saber gerir.
O tempo as vezes escorre-nos pelos dedos e nós nem damos conta porque continuamos a pensar que temos todo o tempo do mundo.
Mas a verdade é que o tempo é que nos tem todos na mão.
É obvio para mim, agora, não era antes e não faz mal.
Maioritariamente foi nisto que passei o dia ontem a contemplar após terminar o tal livro que vos falei.
É esse desperdiçar que me mata, é esse achar que vamos viver para sempre.
Eu acredito que a total felicidade ainda está para vir, depois da morte, mas quero saber que vou e que deixo um legado, qualquer coisa.
E espero sinceramente que esse legado não sejam as historias dos copos de vodka e de gin, dos beijos as escondidas em vãos de escada e bares escuros, os cigarros fumados ás escondidas ou a roupa que tinha vestida, as parvoeiras que disse ou as asneiras que fiz.
Como dizia no livro “viver apaixonadamente, completamente e bem. Apreciar os meus amigos...amar e ser amada.”
É tão simples...
Já entendo o “Não apresses o tempo” da minha mãe ;)
Imaginem
Imaginem o que era desperdiçarem 15 anos da vossa vida á procura da pessoa perfeita, quando a pessoa perfeita era o vosso/a melhor amigo/a que esteve sempre lá para vocês. E que finalmente após 15 anos lá acabam por entender que foram feitos um para o outro e estão finalmente a viver a vossa linda historia de amor quando de repente o/a Vosso/a Melhor Amigo/a e amor da vossa vida morre repentinamente.
Eu chorei, chorei muito quando li esta história que até vos dizia de que livro é mas não quero porque vocês matavam-me.
Eu não gosto de finais felizes, deixam-me desconfiada. Parecem-me forçados, e pouco naturais, mas também assim ver tanta coisa perdida em segundos matou-me um bocadinho por dentro e fez-me pensar, fez-me pensar muito. Na vida, principalmente...na Vida. E na Morte também.
E no Desperdiçar... O desperdiçar acabou com a minha alma.
15 anos de desperdicio, 2 anos de amor, 1 segundo...tudo acabou.
As coisas acabam, um dia, será que estamos preparados para isso?
Eu chorei, chorei muito quando li esta história que até vos dizia de que livro é mas não quero porque vocês matavam-me.
Eu não gosto de finais felizes, deixam-me desconfiada. Parecem-me forçados, e pouco naturais, mas também assim ver tanta coisa perdida em segundos matou-me um bocadinho por dentro e fez-me pensar, fez-me pensar muito. Na vida, principalmente...na Vida. E na Morte também.
E no Desperdiçar... O desperdiçar acabou com a minha alma.
15 anos de desperdicio, 2 anos de amor, 1 segundo...tudo acabou.
As coisas acabam, um dia, será que estamos preparados para isso?
A minha pessoa
Todos nós temos uma pessoa dentro da nossa pessoa.
Uma pessoa que sente tudo diferente dentro de nós, do que aquilo que sentimos cá fora. Muito provavelmente sente as coisas tal qual deveriam ser sentidas, mas que a nossa pessoa de fora não deixa.
A minha pessoa de dentro é sensata, boa ouvinte, amiga, confidente, alegre, persistente, amavel, e sabe toda a verdade. A minha pessoa de fora é que passa a vida a dar ordens e a mentir á minha pessoa de dentro.
A minha pessoa de dentro entende o mundo, as pessoas, os animais e o sistema á sua volta. A minha pessoa de fora é muito mais resingona e impaciente com tudo á sua volta.
A minha pessoa reconhece a sua pessoa dentro de outra pessoa. A minha pessoa de dentro reconhece dentro de outra pessoa as pessoas que são boas e as que não são tão boas.
A minha pessoa de dentro por vezes sofre desmusuradamente com as consequências da minha pessoa de fora.
A minha pessoa de dentro chora muito.
A minha pessoa de dentro diz sempre a verdade. É sempre honesta. Sempre atenta.
A minha pessoa de dentro é simples, tão, tão simples que irrita a minha pessoa de fora.
A minha pessoa de dentro acredita. A minha pessoa de fora desconfia.
A minha pessoa de dentro gosta de se sentar num banco de rua de pernas para o ar a ver o mundo passar.
A minha pessoa de dentro gosta de levar com ondas em cima e dizer que é fada.
A minha pessoa de dentro gosta de se rir até ás lagrimas.
A minha pessoa de fora acha tudo isso uma estupidez, ora devemos ser adultas, devemos ser responsaveis.
A minha pessoa de dentro gosta de ler livros, ás vezes repeti-los.
A minha pessoa de dentro gosta de ver series e novelas e desenhos animados.
A minha pessoa de dentro gosta de cacau quente e mantas nos joelhos e ás vezes até de tricotar.
A minha pessoa de fora gosta de jornais e noticiarios e política.
A minha pessoa de dentro aprecia surpresas e bilhetes e flores,
Beijinhos, abraços e conversas parvas.
A minha pessoa de dentro aprecia cartas, e fotografias engraçadas e falar com pessoas.
A minha pessoa de fora acha o romantismo nojento e é um tanto ou quanto antipatica ás vezes.
A minha pessoa de dentro ama os seus amigos.
A minha pessoa de fora ama a solidão.
A minha pessoa de dentro contempla.
A minha pessoa de fora é um furacão.
A minha pessoa de dentro crê.
A minha pessoa de fora é céptica.
A minha pessoa de dentro sonha.
A minha pessoa de fora desmorona.
A minha pessoa de dentro quer ser feliz.
A minha pessoa de fora quer algo pálpavel.
A minha pessoa de dentro só quer amar e ser amada.
A minha pessoa de fora conforma-se.
O problema é que metade de mim é a minha pessoa de dentro e metade a minha pessoa de fora.
E ás vezes distingui-las é difícil. E ouvi-las quase impossível.
Porque a minha pessoa de dentro é sabedoria e a minha pessoa de fora é entendimento.
Uma pessoa que sente tudo diferente dentro de nós, do que aquilo que sentimos cá fora. Muito provavelmente sente as coisas tal qual deveriam ser sentidas, mas que a nossa pessoa de fora não deixa.
A minha pessoa de dentro é sensata, boa ouvinte, amiga, confidente, alegre, persistente, amavel, e sabe toda a verdade. A minha pessoa de fora é que passa a vida a dar ordens e a mentir á minha pessoa de dentro.
A minha pessoa de dentro entende o mundo, as pessoas, os animais e o sistema á sua volta. A minha pessoa de fora é muito mais resingona e impaciente com tudo á sua volta.
A minha pessoa reconhece a sua pessoa dentro de outra pessoa. A minha pessoa de dentro reconhece dentro de outra pessoa as pessoas que são boas e as que não são tão boas.
A minha pessoa de dentro por vezes sofre desmusuradamente com as consequências da minha pessoa de fora.
A minha pessoa de dentro chora muito.
A minha pessoa de dentro diz sempre a verdade. É sempre honesta. Sempre atenta.
A minha pessoa de dentro é simples, tão, tão simples que irrita a minha pessoa de fora.
A minha pessoa de dentro acredita. A minha pessoa de fora desconfia.
A minha pessoa de dentro gosta de se sentar num banco de rua de pernas para o ar a ver o mundo passar.
A minha pessoa de dentro gosta de levar com ondas em cima e dizer que é fada.
A minha pessoa de dentro gosta de se rir até ás lagrimas.
A minha pessoa de fora acha tudo isso uma estupidez, ora devemos ser adultas, devemos ser responsaveis.
A minha pessoa de dentro gosta de ler livros, ás vezes repeti-los.
A minha pessoa de dentro gosta de ver series e novelas e desenhos animados.
A minha pessoa de dentro gosta de cacau quente e mantas nos joelhos e ás vezes até de tricotar.
A minha pessoa de fora gosta de jornais e noticiarios e política.
A minha pessoa de dentro aprecia surpresas e bilhetes e flores,
Beijinhos, abraços e conversas parvas.
A minha pessoa de dentro aprecia cartas, e fotografias engraçadas e falar com pessoas.
A minha pessoa de fora acha o romantismo nojento e é um tanto ou quanto antipatica ás vezes.
A minha pessoa de dentro ama os seus amigos.
A minha pessoa de fora ama a solidão.
A minha pessoa de dentro contempla.
A minha pessoa de fora é um furacão.
A minha pessoa de dentro crê.
A minha pessoa de fora é céptica.
A minha pessoa de dentro sonha.
A minha pessoa de fora desmorona.
A minha pessoa de dentro quer ser feliz.
A minha pessoa de fora quer algo pálpavel.
A minha pessoa de dentro só quer amar e ser amada.
A minha pessoa de fora conforma-se.
O problema é que metade de mim é a minha pessoa de dentro e metade a minha pessoa de fora.
E ás vezes distingui-las é difícil. E ouvi-las quase impossível.
Porque a minha pessoa de dentro é sabedoria e a minha pessoa de fora é entendimento.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A vida dá voltas e a minha passa a vida a girar...
Tenho andado pela blogosfera mas muito caladinha porque nem sabia por onde começar.
Na realidade tenho imensas coisas para contar, já não vou mudar de casa, arranjei uma colega de casa maravilhosa, já não vou para o Congo, ando morta á procura de um trabalho que me pague um salário minimamente decente(sonhar não custa nada) mas não estava a conseguir expressar tanta coisa por palavras.
Ás vezes até as palavras nos falham.
Sempre fui uma criança persistente, eu digo persistente o meu pai diz que eu sou teimosa. Nunca, pelo menos não que me lembre, desisti de uma ideia. Muitas vezes irritava-me, encontrava um obstáculo e chorava e logo arregaçava as mangas e ia de novo a luta.
Acho que em parte foi esta maneira de ser que me fez ultrapassar a morte da minha mãe, também foi a minha maneira de ser que me levou a aguentar trabalhos diversos que me faziam mal á alma e ao espírito mas pagavam as contas. Sempre fui má perdedora, a ideia de me deixar ficar agoniava-me.
O meu maior sonho desde que me conheço por gente era ir para a faculdade. Cresci numa família que dava importância a isso, cresci incumbida de completar essa missão.
Nunca fui uma excelente aluna mas tinha boas notas, esforçava-me, estudava, e trabalhava. Literatura era a minha paixão mas a ciência sempre conseguiu captar a atenção da minha pessoa melhor que nada. Após a doença da minha mãe e de ver as enfermeiras do hospital achei que daria uma boa enfermeira. Ajudar alguém numa altura má da vida parecia-me ser algo que eu conseguiria fazer para o resto da minha vida. Isso e ir para terras longínquas ajudar os mais pobres.
Depois de acabar a escola tentei tudo e mais alguma coisa para entrar na faculdade mas nunca me deparei com tamanhos impedimentos, ou era porque o meu diploma era de uma escola internacional, ou por não ser portuguesa, porque as minha notas não eram boas, faltava-me isto e aquilo. Tentei no meu país mas os Estados Unidos não são para mim, ir viver para lá ia fazer de mim uma pessoa triste, a minha vida é diferente e adaptar-me ao estilo de vida americano ia ser demasiado difícil para mim. Sobrava-me Inglaterra, é aqui perto, tem boas faculdades e depois de um processo moroso e stressante recebi a bela resposta de que me faltava uma cadeira de biologia e que se quisesse entrar tinha que repetir o secundário. Ia-me dando o fanico. Desisti!
Após 4 anos de luta constante não tinha mais forças, nem paciência, nem argumentos para continuar a perseguir um sonho que teimava em fugir-me por entre os dedos.
Nunca me lembrei de tentar a privada, nunca pensei nisso porque pessoas com salários mínimos e casas com rendas altas e contas para pagar não pensam nisso, a não ser que não tenham outra hipótese. Desperate times, desperate measures!
Por empurrão de uma amiga lá telefonei eu a achar que dali não saia nada, que me iam exigir exames nacionais que não tinha, implicar com o diploma, ou perguntar-me se eu não estava parva por pensar que sequer havia tal possibilidade. Mas não foi isso que aconteceu. Explicaram-me que ainda tinham vagas, que eu era mais que bem vinda a inscrever-me, que tinha que assinar um papel em como apresentaria os resultados do meu exame nacional ao inscrever-me para o 2º ano de enfermagem mas que até lá podia assistir ás aulas e fazer o meu primeiro ano normalmente, o meu diploma foi aceite e eu desliguei o telefone em tal estado que só me dava para chorar. 4 anos não sei eu quantos "NÃO" na minha cara, portas a fecharem-se mas a minha persistência rendeu o seu fruto e em Março lá vou eu para a faculdade com a minha amiga do empurrãozinho para ser uma senhora enfermeira.
A viagem que tinha planeada para o Congo teve que ser cancelada e embora saiba que iria ser uma experiência fantástica não ia completar-me da maneira que estar na faculdade me completa. Que embora fosse ajudar, e que ia para um lugar onde acreditem toda a ajuda é necessária, não iria sentir o nível de felicidade que estou a sentir agora.
Sair do meu apartamento deixou de ser uma opção porque preciso mesmo de uma casa e então assim do nada uma amiga decidiu que queria mudar-se e que a minha casa era um bom sitio. Em Dezembro tenho uma nova colega.
Tudo o que foi empacotado agora tem que ser desempacotado mas vai ser de espírito leve que o irei fazer e feliz, feliz porque todo o sacrifício surtiu efeito.
Não sei explicar o porquê das coisas, sinceramente o porquê nem sequer me interessa. Não quero saber do como, nem do quando, nem do onde, só me interessa que consegui.
Deus tem o seu plano e eu acredito nesse plano, acredito que com 25 anos já poderia ter o curso feito, casado e tido uma penca de filhos e se calhar se assim fosse não tinha feito metade do que pude fazer, ou ver metade do que vi.
Se é frustrante ás vezes? Claro, muitas vezes é frustrante, há nossa volta é ver os nossos amigos a entrar na faculdade, graduar, namorar, casar, ter bebés e nós, nós continuamos a trabalhar numa loja de shopping para pagar contas, chegamos a casa rotas e de tal maneira cansadas que a última coisa que queremos é namorar, queremos é estar sozinhas, que nos deixem em paz.
Algumas conformam-se, e eu ás vezes penso se não seria melhor ter-me conformado também mas quando penso naquiloem que eu me teria transformado agradeço a Deus nunca o ter feito.
Tenho 25 anos, uma casa, uma colega de casa fantástica, um namorado maravilhoso, uma família emprestada que nunca desistiu de mim e finalmente consegui fazer aquilo que mais queria, entrar na faculdade, e aquilo que me faz dar o devido valor a isso foram os 7 anos horripilantes de shopping a fazer o que não gostava.
Fazia o que não gostava mas dava sempre o meu melhor, se tiver que para lá voltar durante estes 4 anos de faculdade volto e darei sempre o meu melhor porque esse trabalho vai pagar-me a faculdade(que é cara que se farta) e se calhar desta vez vou olhar para o meu trabalho e vou agradecer-lhe porque me ensinou o valor a dar ao que realmente queremos.
Acredito que a chave para o sucesso está em nunca desistir. Se mais nada deste post ficar ou interessar que fique esta mensagem. Nunca desistir!
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